sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Gestão escolar brasileira na perspectiva participativa e democrática

Paloma Brito Vieira

      A Constituição Federal de 1988 no seu Artigo 205 determina que a educação é um direito do cidadão estando sob responsabilidade do Estado e da família e que deve garantir o pleno desenvolvimento da pessoa humana para que seja possível o exercício de sua cidadania. Dentre os princípios gerais estabelecidos ainda na Constituição no Artigo 206, a educação deve ser executada garantindo igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; gestão democrática do ensino público, na forma da lei, e garantia de padrão de qualidade.
     A gestão democrática do ensino público é o alvo atual nos vários espaços de discussões sobre educação no Brasil, valendo aqui contextualizar historicamente este princípio que tomou contornos mais específicos com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) em 1996. Até então, a gestão chamada de democrática ainda não era viabilizada de fato, pois o que se via era uma gestão burocrática pautada em políticas públicas verticais que não considerava a especificidade cultural, social e histórica da comunidade escolar, figurava-se na pessoa do diretor da escola, não contava com a participação dos diversos atores sociais do processo educacional (família, professores, estudantes, pessoal administrativo, coordenadores, auxiliares de serviços, monitores e direção) e não concedia autonomia financeira.
      Com o Plano Nacional de Educação (PNE) estabelecido na Lei Federal 10.172, aprovada em 09 de janeiro de 2001, e já previsto na Constituição Federal de 1988, artigo 214, a gestão democrática foi resguardada com o desdobramento possível do PNE nos níveis estaduais e municipais, aproximando assim plano e realidade local, ressaltando a participação social em sua elaboração. Este plano explicita também os diferentes níveis de modalidade da educação, seu financiamento e seus profissionais.
      O PNE 2001 tem como objetivos e metas para a gestão, dentre outros:
22. Definir, em cada sistema de ensino, normas de gestão democrática do ensino público, com a participação da comunidade.
23. Editar pelos sistemas de ensino, normas e diretrizes gerais desburocratizantes e flexíveis, que estimulem a iniciativa e a ação inovadora das instituições escolares.

      A gestão escolar está totalmente ligada à política pública da educação. Pensar em gestão antes de tudo faz-se necessário refletir sobre as políticas públicas, considerar a especificidade cultural, social e histórica e conhecer o cotidiano da comunidade. A forma pela qual a gestão é conduzida e como é organizada reflete a finalidade da escola e a qualidade da educação. Uma política pública pautada na verticalidade transforma a gestão escolar em direção administrativa e dessa forma desvirtua ou engessa o principal objetivo de uma instituição de ensino: produção e socialização do saber e transformação do estudante em sujeito crítico, criativo e participativo.
     Para implementar uma gestão na perspectiva participativa e democrática é necessário que exista a articulação de todos os atores envolvidos. Os acertos nas decisões são resultado de discussões e ações coletivas com a participação de todos e não de alguns. Conselho escolar, conselho de classe, associação de pais e mestres, grêmio escolar e Projeto Político Pedagógico (PPP) são bons exemplos de mecanismos que podem ser utilizados para viabilizar a participação desses atores.
      Como exemplo temos o conselho escolar, órgão colegiado que, dentre outras atribuições, responde pela transparência na utilização dos recursos disponibilizados por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), estabelecendo prioridades em conformidade com as decisões da comunidade, como também sua prestação de contas junto à prefeitura municipal. Os recursos deste fundo devem ser utilizados para garantir a melhoria na qualidade da educação que é um direito de todos e dever do estado. A descentralização desses recursos deu-se graças ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) aprovada em 20 de dezembro de 2006.
      Ainda na perspectiva da participação social na gestão escolar, encontram-se os conselhos municipais de educação, como instâncias de controle social, para garantir a participação da sociedade civil na elaboração das políticas educacionais, bem como na implementação, acompanhamento, fiscalização e avaliação de desempenho dessas políticas, buscando fortalecimento, estimulação e institucionalização dessa participação popular.
      O exercício de participação e de tomada de decisões requer: um aprendizado construído e vivenciado coletivamente (agentes que compõem a comunidade escolar); projetos e ações de transformação pensada pelos segmentos envolvidos e a aquisição de conhecimento político, administrativo, pedagógico, financeiro e cultural. Assim se efetiva a autonomia escolar. A eleição, por exemplo, não democratiza as ações da gestão. Ela só é um instrumento do exercício da democracia. Mas quando associada a instâncias colegiadas, segmentos da comunidade escolar e PPP, certamente torna-se indispensável na luta em prol da democratização.
      Segundo Luce e Medeiros (2008),
a gestão democrática da escola significa, portanto, a conjunção entre instrumentos formais - eleição de direção, conselho escolar, descentralização financeira - e práticas efetivas de participação, que conferem a cada escola sua singularidade, articuladas em um sistema de ensino que igualmente promova a participação nas políticas educacionais mais amplas.

      A democratização exige sensibilidade dos atores envolvidos, os pensamentos devem ser compartilhados e as ações pensadas para alcançar todos. As redes de conversação precisam ser estimuladas e para isso devemos abrir mão das convicções pessoais e abraças as coletivas. O "eu e o meu" devem ser substituídos por "nós e nosso", só assim teremos uma escola democrática e acima de tudo, afetiva e feliz.
      Gestão democrática exige comprometimento, envolvimento coletivo, humanização dos serviços e escola aberta à comunidade. Exige entendimento das três noções fundamentais e indissociáveis: eficiência, eficácia e efetividade social no contexto escolar. Eles colaboram para um mesmo fim que é o acesso, a permanência e a qualidade escolar em todos os níveis, ou seja, a qualidade na educação. Assim teremos uma escola eficiente e eficaz para comunidade escolar e feita pela sociedade.

Referências[1]

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394. 1996. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei> Acesso em 20 dez. 2012.

­­­________. Constituição Federal. Disponível em:<http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.pdf. Acesso em 20 dez. 2012.

­________. Plano Nacional de Educação. Lei 10.172. 2001. Disponível em:<http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001324/132452porb.pdf> Acesso em: 16 dez. 2012.

LUCE, Maria Beatriz; MEDEIROS, Isabel Letícia Pedroso de. Gestão democrática escolar. Disponível em:<http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2666/gestaodemocratica-escolar> Acesso em 19 dez. 2012.

OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz Fernandes. Organização da educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática: sistemas de ensino, órgãos deliberativos e executivos, regime de colaboração, programas, projetos e ações. Disponível em:<http://moodle3.mec.gov.br/ufscar/file.php/1/gestores/politica/pdf/texto2_2.pdf> Acesso em: 17dez. 2012.

_______. Gestão escolar democrática: definições, princípios e mecanismos de implementação. Disponível em:<http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_1.pdf> Acesso em: 18 dez. 2012.

_______. O financiamento da educação básica: limites e possibilidades. Disponível em:<http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4sala_politica_gestao_escolar/pdf/fin_edu_basica.pdf> Acesso em: 18 dez 2012.

_______. Gestão financeira descentralizada: planejamento, aplicação e acompanhamento de recursos. Disponível em:<http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4sala_politica_gestao_escolar/pdf/gestao_fin_descentralizada.pdf > Acesso em: 20 dez. 2012.

_______. Função social da educação e da escola. Disponível em:<http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4sala_politica_gestao_escolar/pdf/saibamais_8.pdf> Acesso em: 15 dez. 2012.

_______. Premissas básicas para democratização da escola. Disponível em:<http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4sala_politica_gestao_escolar/pdf/saibamais_7.pdf> Acesso em: 15 dez. 2012.




[1] Baseada na NBR-6023/2002, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dia 15 de outubro - DIA DO PROFESSOR(A)

"Mestre, é aquele que caminha com o tempo, 
propondo paz, fazendo comunhão, despertando sabedoria. 
Mestre é aquele que estende a mão, inicia o diálogo e 
encaminha para a aventura da vida..."

A direção da Escola Municipal Adolfo Ribeiro parabeniza o empenho, dedicação e compromisso de sua equipe de professores que busca fazer o melhor, levando o conhecimento e aprendizado aos nossos alunos.

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!


Ser Criança

Ser criança é acreditar que tudo é possível.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco
É se tornar gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos
Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.
É conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
Ser criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser.

Gilberto dos Reis





























quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Semana do Adolescente



Nos dias 20 a 30 de setembro aconteceu a Semana do Adolescente SapeKa, mas consciente, que tem como tema Adolescer. Foram realizadas atividades que buscaram construir estratégias  para melhorar as condições de vida e de saúde dos jovens e adolescentes. A programação contou com palestras, oficinas, momento com  a família, exibição de filme, socialização de trabalhos, apresentações culturais, dentre outros.